ANÁLISE SOBRE A CAMPANHA DO BOLSONARO


POR QUE UM EX-CAPITÃO DO EXÉRCITO É LÍDER NAS PESQUISAR PRESIDENCIAIS?


Resolvi fazer esse texto por alguns motivos. Vou tentar apresentado-los rapidamente para o leitor entender melhor e julgar a parcialidade ou a imparcialidade como bem entender. Primeiramente Bolsonaro é o líder em todas as pesquisas que desconsideram Lula. Isso é um fator extremamente relevante porque é questão de tempo a impugnação da candidatura de Lula pelo TSE. O próprio PT conta com isso, pois sua tática de postergar a decisão do TSE juntamente com a geração de notícias está servindo para manter o PT na mídia. Além disso existe a intenção de transferir os eleitores de Lula para Haddad sem a possibilidade de tempo hábil para o eleitor pensar, já que o ex-prefeito de São Paulo vem tendo uma margem de 4% nas pesquisas eleitorais.

Bolsonoro também é aquele que a imprensa odeia. Estranhamente (e autoritariamente) uma das propostas de Governo do PT é a regulamentação da imprensa, ou melhor, um nome mais "friendly" para informar que irá criar uma forma de censura. Já Bolsonaro, por diversas ocasiões, manifestou que a imprensa deve ser livre. Lula ou o PT não sofrem nenhum crítica pela proposta de Governo. Bolsonaro disse que retiraria parte significativa dos repasses públicos a imprensa, a qual passa por diversos questionamentos e sofre concorrência de outros canais como sites e portais, podcast e vídeos e imagens que questionam a interpretação que a imprensa dá ao fato. A mídia mainstream está perdida. Agora ela não é a única voz da informação, pois cada pessoa pode se transformar em "imprensa" ao compartilhar um vídeo, uma foto ou um texto. Não pretendemos entrar no mérito de notícias falsas aqui, até porque a imprensa também as faz.

A primeira análise que fazemos é sobre a percepção que a pesquisa nos passa ao avaliar Bolsonaro entre 18% e 20% de intenções de votos, mesmo com toda uma recepção nos Aeroportos pelo Brasil. Atualmente temos essa percepção devido ao que curtimos e compartilhamos na internet. Criamos nichos que aparentemente concordam mais que descordam, gerando uma falsa sensação de maioria absoluta. Portanto as pesquisas ainda são importantes para comparar com a percepção. De fato a Rede Globo, e outras emissoras, não vem apresentando pesquisas presidenciais de forma regular ou até falar sobre o pleito presidencial. Sendo assim, podemos tirar uma conclusão, o Mainstream midiático não esta gostando das pesquisas e sua divulgação pode influenciar os quase 39% de indecisos.



Essa análise acima mostra que a imprensa esta preocupada com a ascensão de Bolsonaro. Muitos analistas políticas previram sua desidratação nessa altura da corrida presidencial, porém ele somou 2% comparando as últimas pesquisas IBOPE. É claro que pesquisa não ganha corrida presidencial e verificamos isso na última eleição presidencial americana. Houve um tipo de pesquisa bastante interessante, feita pelo Rasmussen Reports, que colocava certa pontuação de 0-100 para verificar a inclinação para votar em Donald Trump ou Hillary Clinton. Por que tal tipo de pesquisa foi feita? Ela verificou as inclinações das pessoas que estavam em dúvida para votar, mas que não tinham certeza. Talvez fosse interessante esse tipo de pesquisa no Brasil onde 39% dos eleitores não sabem em quem votar. 

É fato que muitos acreditam que Bolsonaro é um radical extremo e que o Conservadorismo seria um espectro de extrema-direita, o que é algo de grande desonestidade intelectual. Essa narrativa tem o objetivo de, primeiramente, fazer a pessoa se defender do rótulo para depois apresentar seus argumentos. Mesmo assim quando o rotulado apresenta argumentos mais convincentes e lógicos, o rotulador volta ao rótulo para argumentar ad hominem. Agora sabemos o porquê da imprensa, partidos e pessoas rotularem Bolsonaro e a direita de tudo que soe ruim - é claro que ele e a direita possuem defeitos, assim como tudo que é real. Muito gente acredita que a direita seria algo paradoxal ou improcedente, muitas vezes extremista, por se informarem por jornalistas e autores que possuem cunho ideológico claro. A imprensa vem perdendo toda sua credibilidade por não apresentar os dois lados para o leitor tomar uma decisão. Ela apenas apresenta o que é mais conveniente para si, ou melhor, apresenta conveniência ideológica, a qual cresceu e começou a se organizar no período do Regime Militar. Atualmente não consumir notícias é apenas não estar informado porque a imprensa desinforma. Não é a esquerda que está destruindo o país, são os orgãos de desinformação, que divulgam pura propaganda ideológica.

Esse propagandismo ideológico não convence mais o cidadão. Dessa forma o discurso simples com base na realidade está conquistando os eleitores, principalmente o discurso sobre a segurança. A questão de segurança foi muito batida por Bolsonaro, principalmente o lado da romantização do bandido (romantização essa que vem de mitos rousseauniano somadas a ideias de Foucault, Marcuse, Adorno e toda essa porcaria que o povo não entende bem). A questão da segurança abarca homens, mulheres, jovens, adultos, idosos, mães, pais, todo espectro que se possa imaginar, valendo ainda do fato que liguem aguenta mais.

Falando de novo nas pesquisas, temos 39% de indecisos, mas será que são indecisos mesmo? Voltando a questão da pergunta com um valor de 0-100, quantos dos seus amigos, quando questionados dentro de grupos sobre sua escolha para presidente, respondem “não sei”, mas quando pressionados afirmam “talvez Bolsonaro”? Muita gente está se sentido pressionada em não dizer Bolsonaro para não criar antipatia ou confrontos em certos ambientes, inclusive o familiar. Quem nunca soube de histórias sobre a filha feminista ou o filho "rebelde sem causa" que odeia o pai e a mãe, ou a família toda, por declarar voto no Bolsonaro? No ambiente de trabalho? Já pensou perder uma oportunidade por declarar voto a um "extremista" ou se declarar de direita? (Quantos jornalistas o grupo Globo despediu por não ser da mesma ideologia que a maioria?) Portanto é mais conveniente dizer o "não sei" ou "não pensei nisso". Toda essa consequência vem da causalidade que a mídia promove através de seus rótulos, até porque sua visão progressista de mundo escatológico precisa de um símbolo, mas ele não é Bolsonaro.

Realmente Bolsonaro são sabe expor propostas e possui inúmeras falhas quando apresenta seus planos para a economia. Evidentemente ele não é técnico como Meirelles e Amoedo que fizeram carreira nesse mercado e não sabe fingir como Ciro Gomes, contudo seu linguajar simples e sua declaração em admitir que não entende de economia conquistou boa parte do seu eleitorado, assim como faz nas questões de segurança, na defesa da família e na condição indisciplina generalizada nas salas de aula (discursos simples e perceptíveis). Stephen Kanitz colocou na sua página

"Nunca tivemos um Presidente da República realmente preparado para o cargo. 

Faz parte da nossa cultura que qualquer um pode administrar uma quitanda, uma pequena e média empresa, uma Estatal, um Banco, um País. Incrível!

Quatro Presidentes dos Estados Unidos não somente trabalharam no setor privado, mas eram Analistas de Crédito, sabiam avaliar e acompanhar projetos, avaliar risco, fluxo de caixa. 

Outros quatro Presidentes americanos eram bem próximos da Harvard Business School, Eisenhower contratou seu Dean, quase todos contrataram seus professores, desde 1912."

Talvez esse texto mostre outra análise. Bolsonaro promete ministérios técnicos e não mais tratar a máquina pública como feudo partidário. Anteriormente o Presidente eleito nomeava os principais ministérios com nomes do partido e indicava aliados para outros ministérios. Atualmente alguns candidatos já se organizaram dentro desse sistema para conseguir tempo na TV. Bolsonaro não terá muito tempo, sendo que tempo na TV é importante já que eleição não se ganha com "likes" e compartilhamentos, apesar dos recordes de audiência quando apareceu no Roda Vida e na Globo News. Outro fator que podemos considerar sobre essas alianças é que os candidatos cujo os partidos fizeram aliança criaram o tipo de governo já conhecido que é difícil dizer "NÃO". O triângulo amoroso PT, MDB e PP foi assim. Como Bolsonaro não fez alianças ainda, será mais fácil se indispor com Deputados e Senadores, inclusive muitos terão medo de fazer pedidos, dependendo desses, tendo em vista que Bolsonaro já declarou independência institucional da Polícia Federal.

Contudo uma das fraquezas de Bolsonaro é não ter ainda nomes e os poucos que ele lança, sendo brincadeira ou não, passam a ser chacota, como por exemplo o Astronauta brasileiro Marcos Pontes. Muita gente pode concordar ou discordar com a indicação, contudo o ministro seria um bom Consiglieri (conselheiro)? Todo líder precisa de Conselheiros, aqueles que ajudam a pensar e não apresentam soluções prontas. Um bom conselheiro torna o líder mais seguro, diferente de um assessor que o torna dependente - alguém tem dúvida que Bolsonaro é dependente de Paulo Guedes? Precisa de alguém perguntando se ele já pensou nos riscos, nas consequências, se ele teve outra opinião. Aqui muita gente já deve ter pensado em Olavo de Carvalho, mas será que ele teria perfil para ser conselheiro?

Não importa o quanto Meirelles coloque seus planos econômicos ou Boulos exponha toda a ideologia. O que realmente ficou dos últimos debates foram os embates de Bolsonaro com Boulos e Marina. De fato quase a totalidade dos eleitores não lembram das propostas de Ciro, Alckmin, Meirelles, Marina, Boulos e muito menos do Daciolo, mas qualquer frase mal posta de Bolsonaro vira manchete. Sempre comento na página no Facebook que eleição é um período sujo e que tudo vira motivo para atacar o adversário, contudo Bolsonaro cresce com as críticas e situações, pois sempre vira notícia, somando ao fato que Bolsonaro "faz você gostar dele" quando percebemos quem odeia ele.

Penso que a campanha de Bolsonaro é bem parecida com a de Donald Trump, principalmente no aspecto das desinformações e informações passadas pelo mainstream midiático e a ideologia, sendo taxado de extremista. Gostaria mais que Bolsonaro fosse comparado a Eisenhower que teve em seu gabinete empresários e um trabalhista para questionar, nenhum deles era amigo pessoal e todos eram conhecidos pelo desempenho e mérito no trabalho. Eisenhower não negociava diretamente com o Congresso e usava seus assessores para negociar, principalmente quando a maioria foi de Democratas nas duas casas. Este cenário será o mesmo, ou bastante parecido, ao de Bolsonaro. Uma coisa é certa, pensarão duas vezes ao pedir impeachment devido ao Vice e o provável apoio popular.

Espero que todos tenham gostado!

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